Entrou um cara naquele bar do interior. Levava o cão ao lado. Enquanto pedia o café, um freguês comentou: - Que cachorrão! - Campeão do Mundo! - respondeu o dono. - Campeão de que? - De luta de cachorro! Não tem pra ninguém. Ganhou todos os prêmios. - Acho que não! - respondeu uma vozinha lá do fundo. - Que isso! Aposto dez mil reais! - retrucou o dono. O que havia falado se adiantou e disse: - Tenho um compadre que mora aqui perto e acho que o seu cão não ganha do dele não. Quer apostar assim mesmo? - Manda vir! Meia hora depois, veio um cão magrinho, um tal de Fifiu. - à essa droga aà que vai vencer o meu Totó? O pessoal fez a roda. O dono do campeão mal podia segurar o cachorro e o cãozinho do outro nem aÃ, não dava a mÃnima. Fizeram as apostas, os bichos foram soltos, o campeão partiu pra dentro do Fifiu, que abriu um olho, levantou a pata e - vapt! - deu uma porrada no campeão, que caiu mortinho na hora. - Ohhhhh!!!! - fez todo mundo. O capiau, dono do Fifiu, passou a mão na gaita e teve até a dignidade de nem gozar com o desafiante. Quando já ia se retirando com o Fifiu, o dono do cachorro vencido correu atrás dele e disse: - Quanto o senhor quer por este cachorro? - Vendo não, é de estima! - Então me diga como o senhor conseguiu esta potência? à de que raça? - Sei não - disse o matuto - Já tô com ele há alguns anos. Peguei ele noutra cidade. Tinha lá um circo que ia fechar, o dono do circo deu o bicho pra mim, cortei a juba dele e guardei lá em casa.